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sábado, 17 de julho de 2010

IDEOLOGIA DO EXERCÍCIO TÉCNICO DE UM INSTRUMENTO

IDEOLOGIA DO EXERCÍCIO TÉCNICO DE UM INSTRUMENTO

Pelo Prof. Dr. Lucas Robatto

Qual o objetivo mais amplo do estudo técnico de um instrumento?

- Domínio do instrumento.

O que é “dominar” um instrumento?

- Fazer com que o instrumento execute sonoramente o que se deseja.Vale aqui lembrar que na verdade o que chamamos de“domínio do instrumento” é na verdade o conjunto de respostas neuro-musculares, que, aplicadas ao instrumento, fazem com que este soe da forma desejada. Ou seja:

Dominar o instrumento é dominar o próprio corpo

É ser capaz de fazer um conjunto de ações (movimentos) que ajam sobre o instrumento, de forma que este soe da forma desejada. O objetivo primordial do domínio destas ações neuromusculares é alcançar a realização imediata de desejos musicais, ou seja, é poder pensar uma determinada ação musical, e realizá-la, sem necessitar concentrar-se nos procedimentos técnicos necessários para sua realização. É o caminho mais curto entre o pensamento e a ação, onde a mente imagina o som (a música), e o corpo se encarrega de realizá-la (realizar as ações necessárias), de maneira quase que “inconsciente”. É a automatização de movimentos, e a aplicação destes para a realização de determinadas intenções musicais.

Como já foi mencionado acima, a intenção primordial do domínio técnico é a automatização de certas ações, o que permite que a concentração do executante se dirija

primordialmente a aspectos musicais, deixando a realização técnica das ações necessárias a cargo de regiões menos conscientes da nossa mente. Dominar um instrumento é tornar rotineiras as ações necessárias para o seu funcionamento adequado. Este processo de automatização de ações é conhecido por todos nós em nossa vida cotidiana. Não necessitamos pensar nos movimentos necessários para que andemos, falemos, levemos um garfo à boca, andemos de bicicleta, etc. Estas ações – que são altamente complexas, envolvendo uma série de movimentos e reações - foram aprendidas em algum determinado momento de nossas vidas, através de um esforço consciente do domínio de uma série de ações individuais, e que através do uso freqüente tornaram-se “automáticas”, não necessitam de um esforço maior da nossa mente, tanto que tais ações podem ser realizadas concomitantemente com outras igualmente complexas (andar e falar, etc). Conscientes deste processo, três aspectos fundamentais

para o treinamento da técnica instrumental podem ser realçados:

consciência, concentração e repetição (freqüência).

Consciência – é necessária para que possamos planejar e identificar quais as ações a serem trabalhadas, assim como para identificar o grau de eficácia (realização sonora) real de uma açãorealizada.

Concentração – é o esforço consciente para que os aspectos a serem trabalhados estejam de fato sendo eficientemente trabalhados.

Repetição (freqüência) – é o meio de “automatização” das ações desejadas, é – de certa forma paradoxalmente – o processo de “inconscientização” das ações desejadas.

Exercícios técnicos são geralmente abstrações, que, dispensando um conteúdo musical, abordam problemas técnicos específicos. Aqui elementos da execução instrumental são

isolados, através da consciência de um determinado problema, permitindo assim uma maior concentração em aspectos requeridos por cada um destes elementos, tais como: postura, movimentação digital, respiração, movimentação labial, afinação, memorização, etc. A repetição correta da ação desejada acarreta – em longo prazo – em uma resposta corporal imediata (automatização) – ao desejo sonoro.

Considero que o estudo de exercícios técnicos é muito mais eficiente quando o executante é consciente de algo que denomino “estratégia de estudo.” Esta estratégia inicia-se sempre com a individualização de problemas específicos no campo técnico, e com a subseqüente reflexão sobre os seguintes aspectos de cada problema individualizado:

- Identificação de necessidades (ou consciência do problema) - Que aspectos técnicos devem ser trabalhados em detalhe? Como isolá-los? Quais exercícios são necessários?

- Objetivo – Qual o objetivo de um determinado exercício? Para que ele serve? Que aspecto ou ação esta sendo trabalhado? Para onde deve dirigir-se nossa concentração?

Estas perguntas devem ser feitas antes do início de qualquer exercício técnico, direcionando a concentração do executante para aspectos técnicos isolados, permitindo assim um acompanhamento mais eficiente do andamento das ações desejadas.

O desenvolvimento de uma “estratégia de estudo” acarreta em que a abordagem a um mesmo exercício técnico deva variar, a depender do objetivo mais amplo a ser alcançado pelo exercício. Estas abordagens diversas podem ser classificadas em dois tipos básicos:

- Aprendizado

- Manutenção

Estas abordagens básicas são processos bastante diferentes, e é fundamental que o estudante tenha claramente em mente qual abordagem esta sendo aplicada em uma determinada fase dos seus estudos. É bem verdade que esta diferenciação entre abordagens é também um tipo de abstração, pois o processo de aprendizado técnico inclui sempre a “manutenção” do que já foi “aprendido”, assim como o processo de aprendizado sempre inclui a fixação das ações e reflexos desejados. Contudo, estou convencido da importância estratégica da diferenciação destas duas abordagens durante o planejamento e realização dos exercícios. Durante o processo de aprendizagem de um determinado exercício técnico, o primeiro esforço a ser aplicado deve direcionar-se à memorização da estrutura do exercício. Ao final desta fase é fundamental que o estudante saiba – sem qualquer dúvida – quais as notas, ritmos, dinâmicas, etc. compõem o exercício. Sem o domínio completo desta estrutura, o foco de atenção durante a realização do exercício necessariamente se deslocará para a sua estrutura (que notas ou ritmos de uma escala devem ser tocados, por exemplo), esquecendo os objetivos gerais esperados a serem alcançados através do exercício (controle e homogeneidade digital, para seguir o mesmo exemplo anterior (Vale aqui lembrar que certos exercícios visam exatamente a memorização per se de escalas, passagens, etc. Estes exercícios podem ser então classificados como o que eu denomino de exercícios para a concentração, que serão explicados em mais detalhe mais adiante).

Já durante esta fase, o foco principal da concentração deve ser direcionado à criação das condições ideais para a realização de determinadas ações. A criação destas condições constitui o objetivo fundamental desta abordagem (aprendizado). Por exemplo, em um exercício para digitação cujo objetivo principal seja a uniformidade de movimento entre

todos os dedos, é necessário que, nesta abordagem, seja observada primordialmente a postura desejada e a movimentação uniforme entre todos os dedos. Para tanto, a velocidade e fluência são bem menos importantes do que a correção. Somente para completar o exemplo, vale lembrar que a uniformidade entre os dedos será identificada através da correção rítmica alcançada. Ainda neste mesmo exemplo, mesmo que o objetivo final do exercício seja a velocidade, nesta abordagem a execução lenta - porém exata - do exercício é mais importante do que a velocidade. Esta última (velocidade)

somente será alcançada através da uniformidade e controle.

Na abordagem de manutenção, o exercício já é conhecido e realizado com um certo grau de perfeição (já transcendeu a fase de aprendizagem). Aqui a repetição – cuidadosa – serve para a automatização das ações desejadas. Nesta abordagem podem, e

devem, ser incluídas tarefas “extras” (complementares) ao objetivo fundamental do exercício. Por exemplo, em um exercício para digitação cujo objetivo principal seja a

uniformidade de movimento entre todos os dedos, durante esta abordagem, podem ser observados também aspectos tais como dinâmica e inflexão melódica, expandindo assim o foco de concentração. Com isto, o objetivo fundamental (controle digital) passa a ser “testado” quando o foco de concentração desloca-se para outra área (diferenciação sonora). O exercício passa a ser considerado correto quando ambas as tarefas pretendidas (controle digital e diferenciação sonora) são realizadas corretamente.

Vale aqui uma observação importante sobre a necessidade e o papel de um professor no processo de estudo técnico. O papel do professor é, em primeiro lugar, o de

estabelecer um padrão de qualidade, a ser alcançado pelo aluno. O professor é quem deveria determinar quais os níveis de proficiência técnica devem ser almejados e alcançados pelo aluno. O estabelecimento destes “padrões de qualidade” deve, no meu entender, ocorrer tanto através do exemplo prático (o professor deveria demonstrar praticamente ao tocar quais os níveis desejados), quanto através do esclarecimento e cobrança da aplicação de parâmetros técnicos claros e objetivos. É de fundamental importância que o professor se assegure que o aluno entendeu quais são estes padrões.

O segundo papel do professor é o de esclarecer, de “ensinar” como resolver determinados problemas técnicos. O professor deve então buscar, conjuntamente como aluno, as soluções específicas para que o aluno possa alcançar os objetivos determinados. É o processo de adequação das características corporais e mentais do aluno às exigências do instrumento, processo que é sempre necessariamente único, podendo ser entendido como uma espécie de “diálogo” entre uma determinada pessoa e um determinado instrumento. Cabe ao professor então, com sua experiência, auxiliar ao aluno a entender e responder às exigências específicas apresentadas nesta interação.

É importante observar que geralmente estes “papeis” do professor vão determinar a tendência pedagógica de um determinado professor de instrumento. Normalmente os professores tendem a enfatizar um ou outro papel. Segundo a minha experiência, o que denomino de “primeiro papel” é o mais influente, sendo possível que através da “imitação” um aluno alcance o padrão desejado. Já o segundo papel, apesar de ser o mais “pedagogicamente” correto, pode ser completamente falho se o aluno não entender corretamente que padrões técnicos ele deve alcançar, ou ainda mais, o aluno deve necessariamente acreditar na possibilidade da realização destes padrões (e aqui vale sempre a velha máxima “ver para crer...”). Acredito que a aplicação equânime destes dois “papéis” resultam no melhorrendimento didático de um professor.

Fonte : http://www.abraf.art.br/ABRAF/Pattapio_Online_files/pattapio26.pdf

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